Só precisamos de uma lei: a Lei do Amor
Por Gisele Scafuro
Sempre fui muita ligada à organização, disciplina, cumprimento de regras e justiça. Isto faz parte da minha natureza. E não … minha vida não é uma chatice por causa disso. Pelo contrário, a organização da minha casa, por exemplo, sempre me trouxe bem-estar. A disciplina que sempre segui na realização do meu trabalho e dos meus estudos fez com que tivesse bons resultados, com otimização de tempo e adequado nível de eficiência. Cumprir regras em sociedade, sempre fez com que tivesse harmonia em minhas relações, boa convivência. Sinto-me respeitada, da mesma forma como respeito aos outros.
Diante deste cenário, não é de se estranhar que uma das minhas formações acadêmicas seja o Direito. Estudar o que são leis, regras, condutas, o que é ética e moral, é algo realmente que me interessa. E isto não seria diferente quando o assunto é espiritualidade.
É inegável, até mesmo pela ciência, que somos seres espirituais. Nesse sentido, como estudiosa das leis, seria limitador pensar apenas nas leis da sociedade encarnada.
Assim, há algum tempo, venho pesquisando e refletindo sobre o assunto. Afinal quais são as leis do Universo? O quanto estamos longe destas leis neste momento de transição planetária?
Segundo Hermes Trismegistos (legislador egípcio e filósofo, que, estima-se viveu entre 1.500 a.C a 2.500 a.C.), o universo é regido por 7 leis: a lei do mentalismo (o universo é mental – o Todo é mente); a lei da correspondência (há interrelação entre as dimensões); a lei da vibração (nada está parado); a lei da polaridade (tudo é duplo); a lei do ritmo (tudo é fluxo, ciclos do universo); a lei da causa e efeito (não existe o acaso); a lei do gênero (princípio masculino e feminino).
Já, segundo o Evangelho de Jesus, as leis universais são: a lei do amor, a lei da caridade, a lei do perdão, a lei da justiça (composta pela lei da reencarnação e a lei da causa e efeito).
Enfim, o que pude perceber, até aqui, é que há inúmeras classificações para as leis universais, mas parece-me que todas poderiam se resumir a uma lei apenas, à grande lei do universo, ou seja, tudo se resume à lei do amor.
Até porque a perfeição do universo e suas leis decorrem da Lei do Amor Divino, o amor maior, que considerou todos os detalhes, que criou a tudo e a todos de forma organizada e coesa, até o caos tem sua lógica e atende aos princípios divinos.
Quanto às nossas leis, leis humanas que regulam nossas relações, é fato que nos trazem certa organização para que haja a boa convivência. No entanto, como se sabe, elas são limitadas e imperfeitas. Fico imaginando o quão maravilhoso seria se nossas leis exercessem seu papel de forma efetiva, se se pautassem nas leis universais que transcendem o aqui e agora, que transcendem o material e atendessem a principal lei, a Lei do Amor.
Sempre disse aos meus alunos do curso de Direito que poderíamos acabar com todas as leis do planeta e instituir uma apenas: não faça ao outro aquilo que não se quer que ele lhe faça – portanto, simplesmente ame ao próximo como a ti mesmo, ou ame todas as coisas, ame, simplesmente ame. Não é por acaso que foi esta a lei que mais Jesus nos ensinou. No começo, eu dizia isto intuitivamente, hoje eu afirmo conscientemente.
Pare e pense. Se seguíssemos realmente a Lei do Amor, todos os nossos problemas acabariam. Eu não roubo, porque não quero ser roubada. Ou eu não roubo porque amo ao meu próximo como a mim mesma. Ou, eu me amo e assim cuido de mim, cuidando de mim, colaboro com o todo. Ou, eu não entro em guerra porque não quero que o meu próximo sofra algum tipo de violência, como eu mesma não gostaria de sofrer, afinal eu me amo. Ou, eu não derrubo uma árvore porque a amo, porque me reconheço nela, porque fazemos parte de algo maior, somos parte integrante de uma coisa só. E assim, por diante.
Recentemente numa aula sobre Mediunidade e Autonomia fui gratamente surpreendida por uma fala de Juliano Pozati que resume bem o que quero dizer. Ele se referindo ao que está escrito na bandeira do Brasil (ordem e progresso) disse que faltava a palavra amor. E explicou: Amor (lei máxima) -> ordem (é o meio) -> Progresso (é o fim). Segundo Juliano, ainda, amor é a força que nos move para a Unidade.
Que maravilha!!
Mas fato é que, na prática do dia a dia, encarnados e desencarnados, ainda estamos longe de conseguirmos seguir plenamente esta lei universal. Não obstante, porém, células de uma Nova Terra estão se estabelecendo. Assim, não poderia deixar de mencionar e enaltecer aqui que, com base numa atividade sugerida pela Base dos Guardiões da Humanidade em Belo Horizonte, o Colegiado presencial Curitiba estabeleceu 10 condutas para o ano de 2022.
A partir do envolvimento, da cooperação e diálogo, os agentes determinaram: 1ª) priorizar a autocura; 2ª) estudar constantemente; 3ª) ter coerência existencial; 4ª) preservar o equilíbrio; 5ª) ter disciplina e pontualidade; 6ª) permitir-se novas experiências; 7ª) ser agente pacificador; 8ª) ter responsabilidade familiar; 9ª) ter proatividade social; 10ª) ter cooperação prestativa dentro do GH.
O que posso dizer? Os agentes de Curitiba conseguiram estabelecer condutas em harmonia com a Lei do Amor. Vejam que a conduta mais votada pelo grupo foi a da autocura. De dentro para fora, conseguimos melhorar o mundo. Eu me amo e assim posso amar o meu próximo. Portanto, estas condutas demonstram preocupação com o autoconhecimento e autoamor, mas também estas condutas demonstram preocupação com o outro e com o todo.
As células de Nova Terra estão aí, repito, florescendo. E diante disso, tenho minha fé fortalecida, fé no ser humano, fé de que é apenas uma questão de tempo e, um dia, estaremos em harmonia com as leis do universo. A mim cabe continuar estudando, para um dia, quem sabe, ajudar a criar e implantar leis que realmente sejam justas e mais próximas da perfeição, como assim o é o Amor Divino.